O que é neuroarquitetura?
Segundo a WIPIKÉDIA, a “Neuroarquitetura refere-se ao estudo da neurociência aplicada à arquitetura. É o estudo que analisa os impactos do ambiente físico no comportamento humano […] A neuroarquitetura conecta a neurociência, a psicologia de Gestalt e a arquitetura, em uma abordagem integral que se concentra, em especial, nos preceitos da formação de armações e na mobilidade do indivíduo dentro do espaço físico.”
Ou seja, a neuroarquitetura explora como os ambientes podem ser pensados para oferecer experiências mais saudáveis e que possibilitem maior harmonia com os usuários.
É claro que os profissionais de arquitetura e design já tinham ciência – muito antes da concepção deste novo conceito – de que seus projetos influenciam e impactam na experiência das pessoas. Porém a neuroarquitetura vai mais além, buscando realmente se apropriar e empregar ativamente o conhecimento de como o ambiente influencia e muda os processos mentais, até mesmo além da consciência.
Origem
Uma das primeiras pessoas a observar que os espaços influenciavam nas emoções foi o médico americano criador da vacina da poliomielite Jonas Salk. Na década de 50, Jonas passou um tempo na Itália e percebeu que toda vez que visitava a Basílica de São Francisco de Assis, localizada na cidade de Assis e construída no século XIII, ficava mais criativo e inspirado.
Ao retornar aos EUA em 1962, criou uma escola chamada Instituto Salk para pesquisa nas áreas de biologia molecular, genética, neurociência e biologia de plantas na cidade de La Jolla na Califórnia.
Para isso, chamou o arquiteto Louis Kahn, e pediu que o projeto fosse um misto de arte com ciência, onde a funcionalidade e a estética caminhassem lado a lado, inspirando os cientistas a fazerem pesquisa como os artistas fazem arte. Hoje o edifício do Instituto é um dos prédios mais incríveis e emblemáticos construídos no século XX.
Já o termo – “neuroarquitetura” – só foi surgir oficialmente em 2003, após a criação da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), em San Diego (Califórnia), com o objetivo de “promover e avançar o conhecimento que vincula a pesquisa em Neurociência a uma crescente compreensão das respostas humanas ao ambiente construído”.
Para além da neurociência e o papel da tecnologia
À primeira vista, o termo “neuroarquitetura” nos faz associar o seu conceito diretamente à união entre neurociência e arquitetura. Mas ela vai além! O conceito de neuroarquitetura engloba todas as ciências ligadas diretamente ao ser humano, desde a medicina até as ciências sociais, como antropologia e psicologia. Sabe-se, por exemplo, do papel do sistema endócrino, que influencia nosso comportamento. Ou a luz que tem impacto direto em parte dos nossos hormônios.
Ou seja, a neuroarquitetura se propõe a analisar não somente como um espaço vai afetar o nosso sistema nervoso, e sim como vai afetar nosso comportamento como um todo e a interação com os demais sistemas.
Diversos estudos têm sido realizados por meio de ressonância magnética e do eletroencefalograma, observando como alguns dos gatilhos que ativam certas regiões do cérebro estão ligados à arquitetura (cores, texturas, iluminação etc.).
Esses parâmetros têm dado cada vez mais base e direcionamento para a neurociência, que consegue a cada dia medir com melhor precisão esses índices e entender como formas, cores e escalas podem influenciar nas percepções humanas. Hoje já é possível inclusive utilizar aparelhos de realidade virtual para entender como as ondas cerebrais se comportam nos espaços através de biofeedback.
Por exemplo, com um óculos de realidade aumentada, podemos mostrar um projeto ao cliente com antecedência e medir o pulso cardíaco para entender a reação dele ao ver a perspectiva.
A iluminação na neuroarquitetura
A iluminação, seja ela natural ou artificial, tem papel muito relevante na composição de um ambiente.
Trabalhar e/ou habitar um local com bom aproveitamento da luz natural costuma trazer para as pessoas o sentimento de ânimo, de energia e de melhor humor. Quando a luz é artificial, as lâmpadas frias tendem a favorecer um estado de alerta muito útil para o foco e a clareza de ideias, sendo indicadas para ambientes de serviço e trabalho. As lâmpadas quentes, em contraste, fomentam tranquilidade, funcionando como ótimas opções para salas de espera e espaços para relaxar.
Tendências de Mercado para a Iluminação
A neuroarquitetura é um conceito que une eficiência construtiva, design e bem-estar. Pensando nisso o mercado de iluminação tem projetado soluções cada vez mais eficientes e benéficas que podem ser agregadas aos projetos, como, por exemplo, propostas para equilibrar o ciclo circadiano (mecanismo natural de equilíbrio do organismo dos seres vivos entre dia e noite) e redução da radiação emitida por alguns tipos de luz.
Outro fator que tem incentivado os projetos de neuroarquitetura envolvendo a iluminação é a busca pela eficiência energética, redução de consumo e em alguns casos, conforto térmico, já que há uma maior valorização e aproveitamento da luz natural, com uso de grandes janelas, paredes de vidro, tijolos translúcidos e telhas transparentes, entre outras possibilidades oferecidas pelo mercado.
A neuroarquitetura deve se tornar cada vez mais relevante e impulsionar os projetos e inovações do setor de iluminação com tendências como a iluminação dinâmica, que muda a temperatura de cor e a intensidade ao longo do dia, integrado com automação como, por exemplo, as lâmpadas inteligentes, que também tem relação com questões psicológicas.
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